O vereador Marcelo Borges (PT) vai enviar requerimento à Secretaria Municipal de Saúde e a Provedoria da Santa Casa pedindo informações sobre os atendimentos realizados no Centro de Ortopedia após a exoneração na última segunda-feira, 19/12, dos oito médicos prestadores de serviços do setor. Com estes dados e o comparativo de atendimento realizados antes das demissões, o vereador petista vai encaminhar a questão para investigação do Ministério Público Federal, já que muitos pacientes estão reclamando da falta de atendimento, como é o caso de Dilsa Reis de Oliveira Rocha, moradora do Ano Bom.
- Passei por uma cirurgia e agora, no momento de fazer a revisão do procedimento, a Santa Casa adiou para a próxima semana. Operei com um médico e terei que fazer a revisão com outro profissional e após o prazo. É absurdo o que acontece na saúde pública de Barra Mansa – desabafou.
Segundo informações de um dos ortopedistas exonerados, Júlio César da Cunha Azevedo, as demissões foram causadas após reclamações por melhores condições de trabalho e remuneração justa. "A Santa Casa não oferece condições técnicas operacionais para que possamos realizar um atendimento de qualidade. Faltam instrumentos e profissionais. Existem casos de pacientes internados há 15 dias esperando a realização de exames e leitos. Atrelado a esta situação, está a falta de pagamento dos atendimentos prestados aos pacientes de Rio Claro e Quatis. Em janeiro de 2009, assinamos um contrato de prestação de serviços, o qual proíbe o atendimento a pacientes de outras cidades. A Secretaria de Saúde de Barra Mansa assinou convênio com as Secretarias de Saúde de Rio Claro e Quatis absorvendo a demanda destes pacientes. No entanto, se recusa a repassar o pagamento destes atendimentos. Não aceitamos acumular o atendimento dos pacientes de outras cidades, sem remuneração", ressaltou.
Júlio César ainda comentou sobre a ingerência do município sobre a situação. "Como que a Santa Casa, prestadora de serviços da Secretaria de Saúde, acaba com os serviços de atendimento ortopédico de uma hora para outra e o município não intervém na questão. A população é quem está sendo penalizada. Alguns dos meus pacientes estão sendo atendidos no meu consultório", destacou o ortopedista, avaliando a exoneração arbitrária, já que não houve nenhum tipo de negociação.
O administrador da Santa Casa, Álvaro Freitas, disse que o atendimento está sendo normalizado. "Estamos credenciando novos médicos para atuarem no Centro Ortopédico. Parte da equipe já está formada", disse.
Com relação ao descredenciamento dos oito médicos, Álvaro revelou que a Santa Casa não estava satisfeita com os serviços realizados.
O secretário de Saúde, Hilton Néri, alegou não ter gerencia sobre a contratação de médicos da Santa Casa. "Mantemos apenas um contrato para efetuar o pagamento dos atendimentos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde)".
De acordo com informações dos médicos exonerados, a Santa Casa realizava mensalmente 46 cirurgias ortopédicas; 600 atendimentos ambulatórias agendados e outros 80 pronto atendimentos.
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Maninho sempre na luta pela verdadeira Rádio Comunitária
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