Enquanto as Rádios Comunitárias lutam bravamente para atender os interesses das comunidades brasileiras sem o apoio do Ministério das Comunicações, a presidente Dilma Rousseff aprova a migração de 2 mil emissoras de rádio AM para a faixa de FM. Se de um lado, as emissoras que transmitem a voz do povo são humilhadas pela arrogância da Anatel e seus estúpidos agentes, as rádios comerciais conseguem garantir mais ainda nas FMs, seu espaço ganancioso de lucro com suas programações chulas e sem nenhum compromisso social. É assim que a presidente Dilma mostra sua total indiferença por aqueles que sofrem com a falta de comunicação e serviços prestados pelo estado.
A proposta levada à presidente pelo ministro das comunicações Paulo Bernardo, no dia 6 de junho, traduz o caminho anti-democrático que este governo vem tomando. Subtrair do povo, o seu direito humano de comunicação, para garantir aos empresários mais espaços para seus lucros, é uma total falta de respeito pela histórica luta das rádios comunitárias no Brasil.
A Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) foi fundada há 16 anos com o objetivo de garantir a democratização dos meios de comunicação. Pois as rádios comunitárias e as demais mídias alternativas são as opções que oferecem qualidade de informação e prestação de serviços. Já as emissoras comerciais, são veículos ligados a corporações sem objetivo algum que não seja o lucro. Sejam empresários, religiosos ou políticos, os veículos comerciais sempre são dependentes de interesses da classe dominante.
A presidente Dilma Rousseff, que foi vítima da ditadura que vetou a liberdade de expressão no Brasil, age como os generais que roubavam do povo, o seu direito de falar, ouvir, escrever e ler. Em nosso país, as rádios comunitárias são de fundamental importância para a sobrevivência digna de várias comunidades. Nesse imenso Brasil, existem localidades onde as necessidades de saneamento, saúde, segurança, e até alimentação, só podem ser ouvidas através das emissoras comunitárias. E enquanto as rádios comerciais que exploram o povo, recebem os espaços nas FMs, as Rádios Comunitárias são perseguidas e humilhadas com o raio de 1 quilometro.
O que a Abraço defende há 16 anos é a destinação de pelo menos três canais para as rádios comunitárias para acabar com o choque de frequências. Enquanto isso em apenas uma reunião no Ministério das Comunicações com o Paulo Bernardo, a Abert (Associação Brasileira de rádio e televisão) garante a entrega todos os canais para a radiodifusão comercial.
A mesma assinatura que garante os privilégios às rádios comerciais e seus empresários, humilha as rádios comunitárias e o povo sofrido deste país. A presidente Dilma finalmente mostra de que lado está. O lado das organizações globo e das outras famílias poderosas, que insiste em decidir o que pode e o que não pode ser informação. O lado da mídia que deturpa, mente e fere a dignidade desta nação. Ou seja, o lado dos que não ajudaram a presidente Dilma a se eleger. Estranha contradição, que só os interesses comerciais podem explicar.
Por Bruno Caetano Da Agência Abraço
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