quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Abraço completa 16 anos de luta pela liberdade de expressão .

agenciaabraco.com



Posted: 27 Aug 2012 05:05 PM PDT

A Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) completou no dia 25 de agosto, 16 anos de sua fundação. Sempre lutando pela democratização da comunicação e do direito à informação, a entidade celebra este momento com muito orgulho. Apesar das barreiras impostas pelo governo, que separa povo da liberdade de expressão, a entidade ilustrou durante este tempo, que desde as grandes metrópoles até os mais distantes recantos do Brasil, existe a vital necessidade da comunicação através do rádio. As conquistas perante o Ministério das Comunicações e Anatel foram poucas, porém, não tiraram o brilho dos guerreiros da radiodifusão comunitária em nosso país.

Cada estado do Brasil tem mostrado durante suas assembleias e encontros, que os poucos avanços conseguidos pela Abraço, são importantíssimos devido a seriedade das propostas apresentadas pela entidade. Em sua última Assembleia Geral Ordinária, foram definidas deliberações fundamentais para continuidade desta árdua luta pelas rádios comunitárias. Foi encaminhada para a Casa Civil, a ressalva da limitação de 1Km, e foi cobrada a retomada de negociação sobre o decreto que amplia a regulamentação e inicia a revisão da Lei 9612/98 para envio ao Congresso Nacional.

De norte a sul do Brasil, as mobilizações por melhorias do sistema de radiodifusão comunitária foram feias de forma comprometida aguerrida. As oficinas de capacitação realizadas pelas Abraços estaduais fizeram com que a qualidade dos radilistas inserisse dentro das comunidades um padrão de qualidade, torando os serviços utilitários das emissoras cada vez mais eficazes. Outro grande destaque dos últimos anos na entidade, foi o Coletivo de Mulheres da Abraço Nacional, que em uma de suas realizações, participou da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, levando o evento à todas as regiões do país através do rádio.

Durante os 16 anos, a entidade perdeu grandes companheiros e companheiras que fizeram de suas vidas, passos largos para os avanços do direito à comunicação para o povo. Lutas que não foram vãs e incentivam a continuidade desta trajetória. Pessoas que pagaram com a própria vida, o acesso à liberdade de expressão, que é tão podada para os menos favorecidos. Para todos estes que se entregaram e se entregam de peito aberto nesta luta, a Abraço parabeniza com grande satisfação em ter como integrantes. Que o exemplo de quem lutou se junte à vontade de quem continua nesta "guerra", para que a grande vitória seja a comunicação no rádio sem fronteiras contribuindo com desenvolvimento social da nossa nação.

Bruno Caetano
Da Redação


domingo, 26 de agosto de 2012

Entidades da sociedade civil lançam no dia 27 a campanha por uma nova Lei Geral de Comunicações .

Na próxima segunda-feira, dia 27, data em que o Código Brasileiro de Telecomunicações completará 50 anos, entidades da sociedade civil se reunirão para lançar a campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo que reivindicará a implementação de uma nova Lei Geral das Comunicações em defesa da pluralidade, da diversidade e igualdade nas condições do acesso à comunicação e à expressão da liberdade.

A ação busca o estabelecimento de uma regulação mais democrática nas políticas de comunicação no país. Desde 2009, na I Conferência Nacional de Comunicação, a sociedade civil espera o lançamento de uma consulta pública sobre um novo marco regulatório para o setor.

O lançamento da campanha contará, a partir de segunda-feira, com debates, seminários, panfletagens e eventos no Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Aracaju, São Paulo e Maceió, além de site próprio (www.paraexpressaraliberdade.org.br) e ações nas redes sociais. A agenda estará disponível no site do FNDC e nas redes.

Conheça a carta de apresentação da campanha, participe em sua cidade e nas redes!

Para expressar a liberdade
Uma nova lei para um novo tempo

Neste 27 de agosto, o Código Brasileiro de Telecomunicações completa 50 anos. A lei que regulamenta o funcionamento das rádios e televisões no país é de outro tempo, de outro Brasil. Em 50 anos muita coisa mudou. Superamos uma ditadura e restabelecemos a democracia. Atravessamos uma revolução tecnológica e assistimos a um período de mudanças sociais, políticas e econômicas que têm permitido redução de desigualdades e inclusão.

Mas estas mudanças não se refletiram nas políticas de comunicação do nosso país. São 50 anos de concentração, de negação da pluralidade. Décadas tentando impor um comportamento, um padrão, ditando valores de um grupo que não representa a diversidade do povo brasileiro. Cinco décadas em que a mulher, o trabalhador, o negro, o sertanejo, o índio, o camponês, gays e lésbicas e tantos outros foram e seguem sendo invisibilizados pela mídia.

Temos uma lei antiga e que representa valores conservadores. São 50 anos de negação da liberdade de expressão e do direito à comunicação para a maior parte da população.

Por isso, precisamos de uma nova lei. Uma nova lei para este novo tempo que vivemos. Um tempo de afirmação do pluralidade e da diversidade. De busca do maior número de versões e visões sobre os mesmos fatos.

Um tempo em que não cabem mais discriminações de nenhum tipo. Tempo de reconhecer um Brasil grande, diverso e que tem nas suas diferenças regionais parte importante de sua riqueza. Tempo de convergência tecnológica, de busca da universalização do acesso à internet, de redução da pobreza e da desigualdade. Tempo de buscar igualdade também nas condições para expressar a liberdade. De afirmar o direito à comunicação para todos e todas.

A campanha Para expressar a liberdade é uma iniciativa de dezenas de entidades da sociedade civil (www.paraexpressaraliberdade.com.br) que acreditam que uma nova lei geral de comunicações é necessária para mudar essa situação. Não só necessária, mas urgente.

Todas as democracias consolidadas (EUA, França, Portugal, Alemanha, entre outras) têm mecanismos democráticos de regulamentação dos meios de comunicação. Em nenhum desses países, ela é considerada impedimento à liberdade de expressão. Ao contrário, é sua garantia. Isso, porque sem regulamentação democrática, a comunicação produz o cenário que conhecemos bem no Brasil: concentração e ausência de pluralidade e diversidade.

Neste novo tempo que vivemos, o Brasil não pode continuar ouvindo apenas os poucos e conservadores grupos econômicos que controlam a comunicação. Precisamos de uma nova lei para garantir o direito que todos e todas temos de nos expressar.

Venha se expressar com a gente!

Programação de lançamento

Dia 27

Rio de Janeiro (RJ)

Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo – Vídeos, poesia, cordel, música e debate público
Local: Cinelândia
Horário: 17 horas

Distrito Federal (DF)

Debate Aniversário de 5 anos da Cojira-DF e lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo
Local: SJPDF – Sindicato dos Jornalistas Profisssionais do Distrito Federal
Horário: 19h30

Recife (PE)

Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo
Local: Museu Murillo LagGreca – Bairro Parnamirim
Horário: 10h às 21 horas (a confirmar)

Aracaju (SE)

Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo – Panfletagem com presença de artistas locais e cordelista
Local: Centro da Cidade
Horário: 15h

Debate sobre Liberdade de Expressão e Democratização da Comunicação, no Sindicato dos Bancários.
Loca: Sindicato dos Bancários – Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 794/804 – Centro
Horário: 18h30

São Paulo (SP)

Liberdade de Expressão para Quem?
Ato lúdico em frente à prefeitura de São Paulo e caminhada até o Teatro Municipal
Horário: 17h

Lançamento da campanha e da plataforma e debate com Marilena Chauí e Rosane Bertotti (Campanha pelo Direito à Comunicação – FNDC)
Local: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo – Rua Rego Freitas, 530 (sobreloja) – metrô República.
Horário: 19h

DIA 28

Aracajú (SE)
Lançamento da Plataforma para uma Comunicação Democrática em Aracaju,
Local: Sindicato dos Bancários – Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 794/804 – Centro
Horário: 18h30

DIA 29

Maceió (Al)
Psicologia 50 anos e debate do Lançamento da Campanha Liberdade de Expressão
Local: Rua Prof°. José da Silveira Camerino, 291
Horário: 19h

DIA 30

Aracaju (SE)

Seminário Nacional Democracia Direitos Humanos /Mesa Temática: Comunicação, Globalizações e Desenvolvimento.
Local: Auditório da OAB/SE, no prédio da Caixa de Assistência dos Advogados Sergipe (CAA/SE), situado à Travessa Martinho Garcez, nº 71, Centro.
Horário: 14 às 16h

FNDC



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Maninho Foto sempre na luta pela verdadeira Rádio Comunitária

domingo, 19 de agosto de 2012

Celso Russomano opera rádio no interior de SP sem autorização .

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, opera uma rádio no interior do Estado sem concessão do Ministério das Comunicações. O caso, que acontece desde 2011, foi denunciado em matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 10.

À Justiça Eleitoral, o candidato declarou ser o dono de empresa de rádio em Leme, em sociedade com familiares. A concessão pertence a uma empresa de Cametá, cidade do interior do Pará. No endereço da empresa de Russomanno funciona a Rede Brasil (FM 101,1) sob concessão dada em novembro de 2010 à Amazônia Comunicações, que está registrada em nome de um médico de Cametá, João Batista Silva Nunes.

O Ministério das Comunicações afirma não existe nenhum processo de pedido de autorização de transferência da concessão da Amazônia para a Rede Brasil. Ainda que fosse feito pedido de transferência não estaria amparado pela lei. De acordo com o decreto 52.795/63, que regulamenta os serviços de radiodifusão no país, todo processo de transferência da outorga só pode ocorrer após cinco anos da data de expedição da licença, no caso só em 2015.

Oficialmente a Rede Brasil não exerce nenhum controle sobre a rádio de Leme. Caso seja constatada irregularidade, a licença da rádio pode ser cassada. A Rede Brasil foi constituída na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) em setembro do ano passado, com capital social de R$ 30 mil. O candidato à prefeitura detém pouco mais da metade, R$ 15,6 mil. O restante está registrado em nome de familiares do candidato. Na declaração de bens que registrou na Justiça Eleitoral, o político afirma que sua participação vale R$ 22,8 mil.

A rádio tem um transmissor instalado em um morro da cidade e opera normalmente com programação de música pop e jornalísticos matinais. A assessoria deCelso Russomanno informou à Folha que os documentos do Ministério das Comunicações a respeito da concessão da rádio estavam "sendo analisados".

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Minicom cria conselho consultivo da Rádio Digital .

  

O Ministério das Comunicações cria o Conselho Consultivo da Rádio Digital com o objetivo de prestar assessoria na implantação do sistema digital de rádio. O órgão será composto de participantes que representam o governo Senado e Câmara; entidades da radiodifusão e da indústria.

Ao final dos trabalhos, o conselho deve entregar um relatório final com recomendações ao MiniCom, todas aprovadas por maioria absoluta. Porém não há prazo previsto para conclusão dos trabalhos.

Os testes para escolha de um sistema digital de rádio estão sendo feitos desde o governo passado, sem sucesso. Este ano, o MiniCom testou diferentes padrões para ver qual atende melhor as necessidades do Brasil. O ministério quer garantir que o sinal funcione bem em várias condições de relevo e população. Por isso, implantou o sistema europeu – o DRM – em quatro cidades bem diferentes: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. As análises são feitas para as faixas de AM e FM, incluindo as de curto alcance, como é o caso das rádios comunitárias. Faltam ainda testes dos sistemas norte-americano e japonês.

Integrantes

Por parte do governo, integrarão o novo conselho representantes do Ministério das Comunicações; da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Agência Nacional de Telecomunicações; da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados; e da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal.

Pelos radiodifusores, participarão os representantes da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço); da Associação Brasileira de Radiodifusão, Tecnologia e Telecomunicações (Abratel); da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra); da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc); da Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub); e da Associação Brasileira de TVs e Rádios Legislativas (Astral).

E pela indústria, foram convidados representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros); da Associação Brasileira da Indústria da Radiodifusão (Abird); e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Informações: Tele.Síntese

sábado, 11 de agosto de 2012

Radiodifusão Comunitária supera TV Globo em São Paulo .

agenciaabraco.com



Posted: 08 Aug 2012 09:01 PM PDT

     

Interior garante a vantagem irreversível da radiodifusão comunitária cuja audiência supera a da TV Globo

Este é o retrato da situação da radiodifusão no Estado de São Paulo, que tem 645 municípios e população de 42 milhões de habitantes. Rádios comunitárias estão presentes em 512 municípios, mas em 198 municípios (30% do total) elas são o único meio de comunicação eletrônica existente.

A situação atual vai, ainda, evoluir rapidamente em favor das comunitárias quando estiverem operando as 34 Comunitárias da Capital, daqui a seis meses, e mais 18 em grandes cidades da Grande São Paulo. Não se leva em conta, aqui, as cerca de 200 rádios não autorizadas, consideradas piratas.

O dado básico que motivou a pesquisa foi divulgado pelo IBOPE, publicado no jornal Folha de S. Paulo e confirmado pela própria Globo, também na Folha: a TV Globo tem audiência de 17 pontos na Grande São Paulo, cada ponto equivalendo a 58 mil domicílios, cada domicílio com 3,2 pessoas em média.

A Rede Globo tem audiência de 3.155.200 pessoas, na média diária, nos 39 municípios da Grande São Paulo, com 20 milhões habitantes e, ao menos, o mesmo no Interior, totalizando uma audiência estadual de 6.310.400 pessoas, As demais redes (Record, SBT e outras) têm também 17 pontos de audiência. Isso significa que, na Grande São Paulo, 6.310.400 pessoas se expõem diariamente à tevê aberta; e que, no entanto, os outros 66 pontos (13.689.660 de pessoas), na hora das pesquisas do IBOPE, estão com os receptores desligados ou migraram para canais fechados, DVDs, filmes, internet e outros meios.

Não há pesquisas abrangentes sobre as rádios comunitárias, que não tem recursos, para custeá-las, mas a análise objetiva da situação revela indicativos seguros da audiência maior da radiodifusão comunitária, que vai crescer muito também por causa da a abertura de editais pelo Ministério das Comunicações.

Na Grande São Paulo, onde o IBOPE faz pesquisas sistemáticas, como em outras 10 regiões metropolitanas, funcionam poucas rádios comunitárias. As 34 autorizadas para a capital, com 12 anos de retardamento, só agora começam a funcionar, com previsão de até 20 mil ouvintes cada no futuro.

As pesquisas da Grande São Paulo, com 47,6 % da população estadual, são geralmente apontadas como boa indicação para o resto do Estado, mas no Interior muitas pessoas podem almoçar em casa, ver o noticiário, e ver mais tevê à noite. É possível ter 10% mais telespectadores que a Grande São Paulo.
Dessa maneira, a audiência da tevê aberta na Grande São Paulo, de 6.310.400 pessoas, seria mais ou menos igual à do resto do Estado, mas, com os 10% que podem ser acrescidos para o Interior, o total da audiência de tevê aberta pode chegar a 14 milhões de pessoas – um terço da população paulista.

Situação no Interior

A relação da audiência da radiodifusão comunitária com a audiência da rede Globo de TV e dos canais abertos de televisão, no Interior do Estado de São Paulo, se deve a fatores muito diversos, o primeiro deles sendo o fato de não existirem rádios sediadas, de qualquer tipo, em 30% dos Municípios.

Do total de 645 municípios, 219 municípios, ou seja 34% do total, não sediam rádios FM comerciais; e 291, ou seja 45%, não sediam rádios OM. Rádios FM comerciais têm sede em 426 municípios (66% do total) e cerca de 600 rádios FM comunitárias estão presentes em 510 municípios, 79% do total.

Os 510 municípios sem rádios OM ou FM têm população de 14 milhões (13.998.778) de habitantes, número igual ao total de pessoas ligadas na TV aberta, sendo razoável estimar que cerca de 50% dessa população sejam ouvintes de comunitárias, único veículo no lugar, e que costumam chamar de seu. A estimativa leva em conta a tradição quase secular de se ouvir rádio, mais no Interior do que nos centros das grandes cidades; e o fato de as rádios tratarem da vida local e, como comunitárias, serem consideradas "da Comunidade", pois sua programação e seus microfones são abertos à população local.

Muitos desses 510 municípios têm menos de 10 mil habitantes; muitos outros tem mais de 100 mil, como Ferraz de Vasconcelos, com 174 mil; Embu, com 244 mil; Itaquaquecetuba, com 348 mil e Carapicuíba, com 387 mil. Há concorrência de rádios FM de outras cidades, mas cresce a preferência por rádio local.
Conclui-se, parcialmente, que somente os 510 municípios sem rádios OM e sem FM podem expor às rádios comunitárias um número de ouvintes equivalente à audiência da tevê Globo, fazendo as comunitárias subtotalizar, já, cerca de 7.140.000, com uma média de 14 mil ouvintes/município.

Enfim, falta levar em conta 330 municípios onde a FM comunitária concorre com FM comercial. Estima-se que oferecem mais 3,3 milhões de ouvintes às comunitárias, com média de 10.000 por município, o que elevaria a audiência total da radiodifusão comunitária a perto de 10,5 milhões de ouvintes.
Essa pesquisa, combinando dados públicos e oficiais com estimativas, está sujeita a testes de validade, mas traz a certeza de que a audiência da radiodifusão comunitária ultrapassa, com folga, à da rede Globo de TV, e avança na direção de alcançar, em poucos anos, a das redes de tevê aberta no Estado de São Paulo.

Repete-se no Brasil o que ocorreu nos Estados Unidos, onde, em 10 anos, a internet derrubou em 25% a audiência de televisão, mas apenas em 1% a audiência das rádios que, lá têm a tradição de serem locais.

 
Maninho Foto sempre na luta pela verdadeira Rádio Comunitária

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Abraco-RS abrirá projeto do Conselho Estadual de Comunicação para consulta popular .

Posted: 07 Aug 2012 08:48 AM PDT

O governo do Estado do Rio Grande Sul vai abrir para consulta popular o projeto de lei que cria o Conselho Estadual de Comunicação Social no Rio Grande do Sul. Durante um mês, de 10 de agosto a 10 de setembro, a população poderá opinar sobre o projeto, deixar críticas ou sugestões e indicar entidades para participar do Conselho. Em entrevista coletiva a blogueiros, o governador Tarso Genro anunciou que o projeto deverá ser enviado à Assembleia Legislativa em outubro.

Marco Aurélio Weissheimer

Porto Alegre – O governo do Estado vai abrir para consulta popular o projeto de lei que cria o Conselho Estadual de Comunicação Social (CECS) no Rio Grande do Sul. Durante um mês, de 10 de agosto a 10 de setembro, a população poderá opinar sobre o projeto e deixar críticas ou sugestões na página do Gabinete Digital (http://www.gabinetedigital.rs.gov.br/). A ideia é ampliar o máximo possível esse debate junto à sociedade. O anúncio foi feito pelo governador Tarso Genro na manhã desta sexta-feira, no Palácio Piratini, durante entrevista coletiva concedida a blogueiros do Estado. Ao lado da secretária estadual de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro, Tarso apresentou as linhas gerais do projeto, que deverá ser encaminhado à Assembleia Legislativa em outubro, e respondeu a perguntas dos blogueiros. "A meta é enviar em outubro. Mas se a discussão esquentar, poderemos estender um pouco mais esse prazo", disse Tarso.

A proposta de criação de um Conselho Estadual de Comunicação Social foi inicialmente debatida e aprovada no pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que recomendou a elaboração de um projeto de lei. A partir daí, a Câmara Temática da Cultura e Comunicação do CDES instituiu um grupo de trabalho que formulou o projeto de lei para a criação do Conselho, entregue ao governador Tarso Genro no dia 9 de julho. "Tivemos o cuidado de fazer esse debate no CDES para tirar qualquer dúvida a respeito de supostas ameaças à liberdade de imprensa. Agora vamos colocar esse projeto em discussão na sociedade. Queremos fazer um debate amplo e plural que possa servir de exemplo e inspiração para o país. Queremos o máximo de participação da sociedade civil antes de enviar o projeto à Assembleia que, por sua vez, também fará esse debate", assinalou Tarso.

Na avaliação do governador gaúcho, o debate sobre a comunicação é um ingrediente essencial hoje para fazer a democracia avançar. "As relações dos governos com os meios de comunicação pecam hoje pela falta de transparência. Queremos tornar essa relação transparente. A sociedade precisa discutir também como é produzida hoje a opinião pública. As nossas democracias, hoje, já não são tensionadas pelos clássicos golpes militares, mas sim pela produção de opinião e pelos monopólios de circulação da opinião. Esse é o debate central do projeto democrático: como se forma a opinião pública livre? Um governo como o nosso não pode evitar esse debate".

A consulta popular que será aberta a partir do dia 10 de setembro não receberá apenas opiniões sobre o projeto, mas também sugestões de nomes de entidades da sociedade civil para compor o Conselho de Comunicação. Segundo o texto do projeto aprovado no CDES, participarão do conselho representantes do poder público, entidades de classe dos profissionais da comunicação social, empresas de comunicação e instituições representativas do setor, sociedade civil e movimentos sociais, entidades ligadas à comunicação comunitária, representantes de ensino e pesquisa da área da comunicação e dois conselheiros indicados pelo pleno do Conselho de Comunicação Social.

O Conselho será um órgão consultivo, de assessoramento e de aconselhamento do Poder Executivo. Os conselheiros terão atuação voluntária e não remunerada. Os quatro objetivos centrais do Conselho Estadual de Comunicação serão: a) zelar pela observância do regime jurídico institucional referente à comunicação social; b) promover a democratização da comunicação e a plena liberdade de informação no Estado do Rio Grande do Sul; c) contribuir para a definição da política de comunicação a ser implementada pela administração estadual; e d) promover o debate permanente na sociedade sobre os temas relacionados à comunicação social.

A respeito da composição do Conselho, Tarso Genro defende que o Estado deve ser minoria absoluta no mesmo. "Se for uma posição majoritária da sociedade civil que o Estado não tenha poder de voto no Conselho, também não vejo problema algum", assegurou.

Questionado sobre a posição e a participação das empresas de comunicação do Rio Grande do Sul neste debate, Tarso disse que o debate com esse setor está sendo "infinitamente superior aquele travado há algum tempo atrás na esfera do governo federal. Não há até esse momento nenhuma posição sectária de parte a parte. Há algumas contrariedades que partem de um juízo equivocado sobre o papel do Conselho. Acredito que podemos avançar nesse debate, sem sectarismos, e servir inclusive de exemplo para o Brasil", concluiu o governador gaúcho.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Interior garante a vantagem irreversível da radiodifusão comunitária cuja audiência supera a da TV Globo .

Este é o retrato da situação da radiodifusão no Estado de São Paulo, que tem 645 municípios e população de 42 milhões de habitantes. Rádios comunitárias estão presentes em 512 municípios, mas em 198 municípios (30% do total) elas são o único meio de comunicação eletrônica existente.

A situação atual vai, ainda, evoluir rapidamente em favor das comunitárias quando estiverem operando as 34 Comunitárias da Capital, daqui a seis meses, e mais 18  em grandes cidades da Grande São Paulo.  Não se leva em conta, aqui, as cerca de 200 rádios não autorizadas, consideradas piratas.
O dado básico que motivou a pesquisa foi divulgado pelo IBOPE, publicado no jornal Folha de S. Paulo e confirmado pela própria Globo, também na Folha: a TV Globo tem audiência de 17 pontos na Grande São Paulo, cada ponto equivalendo a 58 mil domicílios, cada domicílio com 3,2 pessoas em média.
A Rede Globo tem audiência de 3.155.200 pessoas, na média diária, nos 39 municípios da Grande São Paulo, com 20 milhões habitantes e, ao menos, o mesmo no Interior, totalizando uma audiência estadual de 6.310.400 pessoas,  As demais redes (Record, SBT e outras) têm também 17 pontos de audiência.
Isso significa que, na Grande São Paulo,  6.310.400 pessoas se expõem diariamente à tevê aberta; e que, no entanto, os outros 66 pontos (13.689.660 de pessoas), na hora das pesquisas do IBOPE, estão com os receptores desligados ou migraram para canais fechados, DVDs, filmes, internet e outros meios.
Não há pesquisas abrangentes sobre as rádios comunitárias, que não tem recursos, para custeá-las, mas a análise objetiva da situação revela indicativos seguros da audiência maior da radiodifusão comunitária, que vai crescer muito também por causa da a abertura de editais pelo Ministério das Comunicações.
Na Grande São Paulo, onde o IBOPE faz pesquisas sistemáticas, como em outras 10 regiões metropolitanas, funcionam  poucas rádios comunitárias. As 34 autorizadas para a capital, com 12 anos de retardamento, só agora começam a funcionar, com previsão de até 20 mil ouvintes cada no futuro.
As pesquisas da Grande São Paulo, com 47,6 % da população estadual, são geralmente apontadas como boa indicação para o resto do Estado, mas no Interior muitas pessoas podem almoçar em casa, ver o noticiário, e ver mais tevê à noite. É possível ter 10% mais telespectadores que a Grande São Paulo.
Dessa maneira, a audiência da tevê aberta na Grande São Paulo, de 6.310.400 pessoas, seria mais ou menos igual à do resto do Estado, mas, com os 10% que podem ser acrescidos para o Interior, o total da audiência de tevê aberta pode chegar a 14 milhões de pessoas – um terço da população paulista.
Situação no Interior
A relação da audiência da radiodifusão comunitária com a audiência da rede Globo de TV e dos canais abertos de televisão, no Interior do Estado de São Paulo, se deve a fatores muito diversos, o primeiro deles sendo o fato de não existirem rádios sediadas, de qualquer tipo, em 30% dos Municípios.
Do total de 645 municípios, 219 municípios, ou seja 34% do total, não sediam rádios FM comerciais; e 291, ou seja 45%, não sediam rádios OM. Rádios FM comerciais têm sede em 426 municípios (66% do total) e cerca de 600 rádios FM comunitárias estão presentes em 510 municípios,  79% do total.
Os 510 municípios sem rádios OM ou FM têm população de 14 milhões (13.998.778) de habitantes, número igual ao total de pessoas ligadas na TV aberta, sendo razoável estimar que cerca de 50% dessa população sejam ouvintes de comunitárias, único veículo no lugar, e que costumam chamar de seu.
A estimativa leva em conta a tradição quase secular de se ouvir rádio, mais no  Interior do que nos centros das grandes cidades; e o fato de as rádios tratarem da vida local e, como comunitárias, serem consideradas "da Comunidade", pois sua programação e seus microfones são abertos à população local.
Muitos desses 510 municípios têm menos de 10 mil habitantes;  muitos outros tem mais de 100 mil, como Ferraz de Vasconcelos, com 174 mil; Embu, com 244 mil; Itaquaquecetuba, com 348 mil e Carapicuíba, com 387 mil. Há concorrência de rádios FM de outras cidades,  mas cresce a preferência por rádio local.
Conclui-se, parcialmente, que somente os 510 municípios sem rádios OM e sem FM podem expor às rádios comunitárias um número de ouvintes equivalente à audiência  da tevê Globo, fazendo as comunitárias subtotalizar, já, cerca de 7.140.000, com uma média de 14 mil ouvintes/município.
Enfim, falta levar em conta 330 municípios onde a FM comunitária concorre com FM comercial. Estima-se que oferecem mais 3,3 milhões de ouvintes às comunitárias, com média de 10.000 por município, o que elevaria a audiência total da radiodifusão comunitária a perto de 10,5 milhões de ouvintes.
Essa pesquisa, combinando dados públicos e oficiais com estimativas, está sujeita a testes de validade, mas traz a certeza de que a audiência da radiodifusão comunitária ultrapassa, com folga, à da rede Globo de TV, e avança na direção de alcançar, em poucos anos, a das redes de tevê aberta no Estado de São Paulo.
Repete-se no Brasil o que  ocorreu nos  Estados Unidos, onde, em 10 anos,  a internet  derrubou em 25% a audiência de televisão, mas apenas em 1% a audiência das rádios que, lá têm a tradição  de serem locais.